Nasceu na capital sergipana, Aracaju, no bairro Santo Antônio, filho do empresário e construtor civil João Alves e Dona Maria de Lourdes Gomes. Fez seus estudos iniciais na capital e em 1961 ingressou na Escola Politécnica da Universidade da Bahia, graduando-se em engenharia civil em 1965. Em 1970, fundou a Habitacional Construção S.A, que se tornou, por muito temo, uma das maiores empresas da construção civil em Sergipe e no Nordeste.
Iniciou sua vida pública como Prefeito de Aracaju, nomeado pelo
então Governador José Rollemberg Leite. Filiado à Arena (Aliança Renovadora
Nacional), tornou-se muito popular em sua gestão, adquirindo a fama de tocador
de obras e de um grande administrador. Sua gestão encerrou-se em 1979, sem ter
um projeto rejeitado pela Câmara, que tinha na sua formação a maioria de
vereadores filiados ao MDB.
Em 1979, entrou para o Partido Popular (PP) do qual foi um dos
fundadores, mas pouco tempo depois se afastou da vida política e em 1982 o PP,
partido que fundou, foi incorporado ao PMDB, partido que sucedeu o MDB.
Em 1982 retorna às eleições diretas no País e surge um novo
contexto político; nesse novo momento, o então governador do Estado, Augusto
Franco, convida João Alves a filiar-se ao Partido Democrático Social (PDS),
partido sucessor da Arena. Em seguida, foi indicado ao Governo do Estado,
apoiado por Albano Franco, presidente da Comissão Executiva Regional do PDS, e
ainda apoiado por várias lideranças Políticas do Estado.
Saindo-se muito bem, com uma larga vitória, tendo como seu vice
Antônio Carlos Valadares, assumiu o governo em 15 de março de 1983. Em seu
primeiro mandato, com o apoio do Banco Mundial, criou o projeto Chapéu de
Couro, que beneficiava a região do agreste e semiárido com a perfuração de
poços artesianos e a construção de cisternas, estradas vicinais, redes de
energia elétrica, escolas e postos de saúde.
A popularidade dele aumentava a cada ano, mas politicamente os
problemas começaram a surgir e em março de 1985 João Alves rompeu com a família
Franco, ingressando no extinto Partido da Frente Liberal (PFL), que apoiara a
candidatura de Tancredo Neves à Presidência da República.
Com a morte de Tancredo, assume a Presidência o seu vice, José Sarney, e João
Alves o apoia, mesmo fazendo algumas críticas em relação a questões econômicas.
Em 1985 esteve envolvido com a disputa eleitoral para a
Prefeitura de Aracaju, que tinha como candidato o deputado Jackson Barreto,
para tanto o PFL aliou-se ao PMDB.
Em 1986 o PFL tentou manter-se no poder para a sucessão de João
Alves, mas, as articulações propostas não deram certo, tornaram-se inviáveis.
Sendo assim, João passa a apoiar o seu vice Antônio Carlos Valadares e com
algumas alianças, consegue a vitória, tornando-se o único Governador do PFL no
País.
Após sair do governo, João é empossado no Ministério do
Interior, em um momento conturbado na política nacional, que passava por uma
disputa interna muito acirrada, levando o PFL a romper com o Governo, fato que
João foi contra, apoiando o Presidente e, inclusive, o projeto de mandato de
cinco anos para Presidente, que não foi aprovada na Assembleia Constituinte
(1987-1988).
O tempo em que foi Ministro enfrentou muitos desafios no País, em 1º de março
de 1990 deixa o Ministério que foi extinto pelo Presidente Collor.
O retorno à vida política no Estado leva-o, novamente, à disputa
do Governo do Estado. Mesmo com muitas discussões internas, ele consegue vencer
no 1º turno. Esse pleito foi histórico porque foi a 1ª vez no Brasil que três
negros tornam-se governadores.
Logo no início de seu governo, sofre muitas críticas por
decisões que tomou em relação a determinados cargos públicos. No inicio de 1992
instalou-se no Brasil uma crise política que levou ao impeachment do
Presidente, mas em relação a esse período também foi muito conturbado, mas, ele
conseguiu terminar seu mandato.
Em 1996 ele se envolve no processo eleitoral da Prefeitura de
Aracaju, buscando eleger sua esposa, Maria do Carmo, o que não conseguiu. Em
1998, enquanto sua esposa era eleita senadora, ele tentava novamente o Governo
do Estado, mas foi derrotado por Albano Franco. Em 2002 saiu novamente
candidato e em uma disputa acirrada com Albano Franco no segundo turno, saiu
vitorioso. Na sua terceira gestão criou a Secretaria de Combate à Pobreza; em
2006 candidatou-se novamente ao governo do Estado perdendo para o então petista
Marcelo Déda.
Em 2012 candidatou-se mais uma vez a Prefeitura de Aracaju,
sendo eleito e terminando seu mandato em 2016, encerrando a sua vida pública.
É membro da Academia Sergipana de Letras.
Em todos os seus governos teve a marca do empreendedorismo e
algumas obras se destacam como:
– Criação da Orla da Atalaia;
– Projeto Platô de Neópolis;
– Construiu o Bairro Coroa do Meio;
– Construiu a Ponte Godofredo Diniz, que liga a Coroa do meio ao centro de
Aracaju;
– Construiu o Huse, antigo Hospital João Alves;
– Implantou 14 avenidas interligando os bairros de Aracaju;
– Construiu o Parque da Cidade;
– Construiu a 2ª Rua de Pedestre do Brasil;
– Implantou o 2º sistema de transporte integrado do Brasil;
– Construiu a Ponte Aracaju/Barra de Coqueiros;
– Viabilizou a construção do Porto de Sergipe.
*Biografia extraída do Museu
Olímpio Campos
FALECEU NO DIA 24 DE NOVEMBRO DE 2020
FONTE – AGENCIA NACIONAL DE NOTICIA
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